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Spinner's end

Há muitas milhas dali, a névoa gélida que comprimia a janela do Primeiro Ministro se espalhava e ventava sobre um rio imundo entre bancos enormes de lixo. Uma imensa chaminé, resquício de uma usina desativada, se erguia, sombria e agourenta. Não havia som senão a da água escura e nenhum sinal de vida sem ser uma raposa que havia saído dos montes para buscar alguma embalagem velha de peixe com Batata-fritas no mato alto. Mas então, com um leve estalido, uma figura magra toda coberta apareceu do ar rarefeito do outro lado do rio. A raposa congelou, seus olhos atentos fixos naquele estranho fenômeno. A figura manteve sua conduta por algum tempo, então se moveu com luz, passos largos, e sua longa capa se arrastando pelo chão. Com um segundo e mais alto estalido, outra pessoa coberta se materializou.

- Espere!- O grito alto assustou a raposa, agora se encolhendo quase plana no chão. Ela pulou de seu esconderijo para os montes. Ouve um lampejo de luz verde, um ganido, e a raposa caiu ao chão, morta. A outra figura encostou seu sapato na raposa.

- É só uma raposa.- Disse uma voz de mulher com tom de rejeição debaixo da capa.

- Pensei que talvez fosse um auror... Cissy, espere!

Mas sua caça, que havia parado e olhado de volta ao fleche de luz, já estava subindo o monte onde a raposa havia acabo de cair.

- Cissy... Narcisa... Me ouça.- A segunda mulher alcançou a primeira e agarrou o seu braço, mas a outra se esquivou.

- Volte, Bella! Você deve me ouvir!

- Eu já ouvi. Eu já tirei a minha conclusão. Deixe-me só!

A mulher chamada Narcisa alcançou o topo dos montes, onde uma linha de velhos trilhos separava o rio de uma estreita rua de pedras. A outra mulher, Bella, a seguiu. Lado a lado, elas ficaram olhando para as fileiras e fileiras de velhas casas de tijolos, suas janelas escuras e escondidas nas sombras.

- Ele mora aqui?- Perguntou Bella em uma voz de desdém.

- Aqui? Nessa imundice de trouxas? Nós devemos ser as primeiras do nosso tipo a pisar aqui.

Mas Narcisa não estava ouvindo; ela tinha passado por uma abertura nas grades enferrujadas e já estava do outro lado da rua.

- Cissy, espere!

Bella a seguiu, seu casaco ondeando atrás de si, e viu Narcisa correndo para uma ruela entra as casas em uma segunda, quase idêntica, rua. Algumas das lamparinas estavam quebradas. As duas mulheres estavam correndo entre pedaços iluminados e outros com profunda escuridão. A perseguidora atingiu seu objetivo assim que ela virou outra esquina, dando certo a tempo de agarrar o seu braço segurando-a oscilante para que uma ficasse de frente para a outra.

- Cissy, você não deve fazer isso... Você não pode confiar nele.

- O Lord Negro confia nele, não confia?

- O Lord Negro é... Eu creio... Enganado.- Bella ofegou, e seus olhos vislumbraram momentaneamente debaixo da capa enquanto ela olhava em volta para checar que estavam sozinhas. - De qualquer modo, nos mandaram não dizer do plano para ninguém. Isso é uma traição ao Lorde Negro.

- Esqueça, Bella!- Rosnou Narcisa e ela tirou uma varinha de sua capa, segurando-a ameaçadoramente na cara da outra. Bella quase deu risadas.

- Cissy, sua própria irmã? Você não...

- Não há nada mais que eu não faria!- Narcisa respirou, um tom de histeria na sua voz, e enquanto ela abaixou a varinha como uma faca, houve outro lampejo de luz. Bella largou o braço de sua irmã como se estivesse em chamas.

- Narcisa!

Mas Narcisa já havia corrido. Esfregando as mãos, a perseguidora a seguia mais uma vez, mantendo certa distancia agora, enquanto elas entravam no deserto labirinto das casas de tijolos. Ao fim, Narcisa correu até uma rua chamada Spinner's End, sobre a qual a chaminé da usina parecia flutuar como um gigante dedo repreensivo. Seus passos ecoavam na pavimentação enquanto ela passava por janelas de madeira quebradas, até que ela atingiu a última casa, de onde emanava uma luz fraca pela cortina de um aposento da parte de baixo. Ela bateu na porta antes que Bella, praguejando sua respiração, tivesse alcançado-a. Juntas elas esperaram, ofegando fracamente, sentindo o cheiro do rio imundo que era levado até elas pela brisa da noite. Após alguns segundos, elas ouviram movimentação atrás da porta e ela se abriu com um estalo. Uma parte de um homem pode ser vista olhando para elas, um homem com longos cabelos pretos cobrindo um rosto pálido e olhos negros. Narcisa tirou seu capuz. Ela estava tão pálida que parecia brilhar na escuridão, o longo cabelo loiro descendo por suas costas dava a ela a aparência de uma pessoa afogada.

- Narcisa!- Disse o homem, abrindo um pouco mais a porta, para que a luz caísse sobre ela e sua irmã. - Que doce surpresa!

- Severus.- Ela disse em um suspiro cansado. - Posso falar com você? É urgente.

- Mas é claro.

Ele deu um passo atrás para que ela pudesse entrar na casa. Sua irmã ainda encapuzada a seguiu sem ser convidada.

- Snape.- Disse curtamente quando passou.

- Bellatrix.- Ele respondeu, sua boca fina se ondulando em um sorriso zombeteiro enquanto ele fechava a porta com um estalo atrás deles.

Eles foram direto a uma minúscula sala de estar, que dava a sensação de ser uma cela escura para loucos. As paredes eram completamente cobertas de livros, a maioria deles encadernados com um velho couro preto ou marrom; um sofá surrado, uma velha poltrona e uma mesa raquítica ficavam agrupadas juntas em um ponto de luz fraca vinda de uma lâmpada cheia de velas pendurada no teto. O lugar tinha um ar de negligência, mesmo que não estivesse sempre desabitado. Snape indicou o sofá para Narcisa. Ela tirou a sua capa, a colocou de lado e se sentou, olhando para suas mãos brancas e tremidas no seu colo. Bellatrix tirou sua capa mais vagarosamente. Em dúvidas com a honestidade de sua irmã, com olhos pesarosos e o queixo firme, ela não desviou o olhar de Snape enquanto ele se movia para ficar atrás de Narcisa.

- Então, o que eu posso fazer por você?- Snape perguntou, se sentando na poltrona de frente para as duas irmãs.

- Nós... Nós estamos sozinhos, não estamos?- Nascisa perguntou em voz baixa.

- Sim, é claro. Bem, Rabicho está aqui, mas nós não estamos contando os vermes, estamos?

Ele apontou sua varinha para a parede de livros atrás de si e, com um estalo, uma porta escondida se abriu, revelando uma estreita escadaria na qual um pequeno homem jazia congelado.

- Como você já deve ter notado, Rabicho, nós temos visitas.- Disse Snape vagarosamente.

O homem rastejou de um modo corcunda os últimos degraus e se moveu pela sala. Ele tinha os olhos pequenos e aquosos, nariz pontudo e tinha um sorriso desagradável. Sua mão esquerda estava acariciando a sua direita, que parecia estar em uma luva prateada.

- Narcisa!- Ele disse, em uma voz guinchante. - E Bellatrix! Que encantador...

- Rabicho vai nos preparar drinques.- Disse Snape. - E depois volte para o seu quarto.

Rabicho se assustou como se Snape tivesse jogado algo nele.

- Eu não sou seu criado!- Ele chiou, desviando o olhar de Snape.

- Mesmo? Eu tive a impressão que o Lord o colocou aqui para me auxiliar.

- Auxiliar, sim. Mas não para preparar as suas bebidas e... E limpar sua casa!

- Eu não tinha idéia, Rabicho, que você desejava serviços mais perigosos.- Disse Snape com uma voz suave. - Isso pode ser facilmente arrumado; eu posso falar com o Lord das Trevas...

- Eu mesmo posso falar com ele se eu quiser!

- É claro que pode.- Disse Snape, zombeteiro. - Mas enquanto isso, nos traga drinques. Um pouco de vinho feito por elfos deve servir.

Rabicho hesitou por um momento, olhando como se quisesse argumentar, mas depois se virou e foi em direção a uma segunda porta secreta. Eles ouviram barulhos e batidas de copos. Em segundos ele estava de volta, carregando uma garrafa empoeirada e três taças em uma bandeja. Ele as colocou na mesinha instável e correu da presença deles, batendo a porta coberta de livros atrás de si. Snape despejou duas taças de vinho vermelho-sangue e entregou duas delas às irmãs. Narcisa murmurou uma palavra de agradecimento, enquanto Bellatrix não disse nada, mas continuou a encarar Snape. Isso não pareceu o perturbar; pelo contrário, ele parecia entretido.

- Ao Lord Negro.- Ele disse, tirando os óculos e secando-os.

As irmãs o copiaram. Snape encheu suas taças. Assim que Narcisa tomou seu Segundo copo. Ela disse depressa:

- Severus, me desculpe vir aqui assim, mas eu tinha que ver você. Eu acho que você é o único que pode me ajudar.

Snape levantou a mão para fazê-la parar, então apontou sua varinha para a porta oculta das escadas. Houve um estalido alto e um guincho, seguido do som de Rabicho subindo as escadas correndo. - Meus perdões.- Disse Snape. - Ele ultimamente tem ouvido atrás das portas, eu não sei o que deu nele... Você dizia, Narcisa?

Ela tomou fôlego e começou novamente. - Severus, eu sei que eu não deveria estar aqui, me foi dito para não dizer para ninguém mas...

- Então você mantém sua boca fechada!- Rosnou Bellatrix. - Ainda mais na presente companhia!

- Presente companhia?- Repetiu Snape ironicamente. - E o que eu devo entender por isso, Bellatrix?

- Que eu não confio em você, Snape, como você bem sabe!

Narcisa deixou escapar um som que soou como um soluço molhado e cobriu seu rosto com as mãos. Snape colocou seu copo na mesa e se recostou novamente, suas mãos sobre os braços da poltrona, sorrindo ao olhar furioso de Bellatrix.

- Narcisa, eu acho que nós devemos ouvir o que Bellatrix tem a dizer, isso vai nos poupar algumas interrupções tediosas. Bem, continue, Bellatrix.- Disse Snape. - Porque é que você não confia em mim?

- Por cem motivos!- Ela disse em voz alta, dando um passo largo de trás do sofá para colocar seu copo sob a mesa. - Por onde começar? Onde você estava quando o Lord Negro caiu? Porque você nunca tentou achá-lo quando ele desapareceu? O que você tem feito durante todos esses anos em que você ficou no bolso de Dumbledore? Porque você impediu o Lord Negro de alcançar a Pedra Filosofal? Porque você não retornou depois que o Lord Negro renasceu? Onde você estava algumas semanas atrás, quando batalhamos para reaver a profecia para o Lord? E porque Snape, Harry Potter ainda está vivo, quando você o teve à sua mercê por cinco anos?- Ela pausou, seu tórax subindo alto e descendo rapidamente, a cor forte em suas bochechas. Atrás dela, Narcisa estava sem emoções, seu rosto ainda escondido entre suas mãos. Snape sorriu.

- Antes de eu te responder. Oh, sim, Bellatrix, eu vou responder! Você pode levar a minha palavra até os outros que sussurram às minhas costas, e carregam falsas histórias da minha dedicação ao Lord Negro. Eu te respondo, eu digo, deixe-me fazer uma pergunta antes. Você realmente acha que o Lord Negro não me fez cada uma dessas perguntas? E você realmente acha que, se eu não tivesse dado respostas satisfatórias, eu estaria aqui conversando com você?

Ela hesitou.

- Eu sei que ele acredita em você, mas...

- Você acha que ele está errado? Eu que o passei a perna de alguma forma? Enganar o Lord Negro, o grande bruxo, o maior praticante da Legilimância que o mundo já viu?

Bellatrix não disse nada, mas parecia, pela primeira vez, um pouco derrubada. Snape não pressionou. Ele pegou o seu drinque novamente, deu um gole, e continuou.

- Você me pergunta onde eu estava quando o Lord Negro caiu. Eu estava onde ele me ordenou que estivesse, na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, porque ele me queria espionando Albus Dumbledore. Você sabe, eu presumo, que foi por ordens do Lord Negro que eu assumi o posto?

Ela afirmou quase imperceptivelmente e então abriu a boca, mas Snape foi mais rápido que ela.

- Você me pergunta por que eu não tentei encontrá-lo quando ele sumiu. Pela mesma razão que Avery, Yaxley, os Carrows, Greyback, Lucius...- ele inclinou sua cabeça um pouco para Narcisa, - E muitos outros não tentaram achá-lo. Eu acreditei que ele estivesse morto. Não tenho orgulho disso, eu estava errado, mas é isso… Se ele não tivesse perdoado aqueles que perderam a fé naqueles tempos, ele teria muitos poucos seguidores agora.

- Ele teria a mim!- Disse Bellatrix com veemência. - Eu, que passei muitos anos em Azkaban por ele!

- Sim, de fato, muito admirável...- Disse Snape em uma voz entediada. - É claro, você não foi de muito uso para ele na prisão, mas o gesto foi sem dúvida admirável.

- Espere!- Ela riu. Na sua fúria ela parecia um pouco louca. - Enquanto eu suportava os Dementadores, você ficou em Hogwarts, confortavelmente brincando de ser o bichinho de estimação de Dumbledore!

- Não necessariamente.- Disse Snape calmamente. - Ele não iria me dar o cargo de professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, você sabe. Parecia pensar que, ah, me traria de volta aos meus velhos modos.

- Esse foi o seu sacrifício pelo Lord Negro? Não ensinar sua matéria favorita?- Ela zombou. - Porque você ficou lá todo esse tempo, Snape? Ainda espiando Dumbledore para um mestre que você acreditava estar morto?

- Quase.- Disse Snape. - Embora o Lord Negro esteja agradecido que eu não tenha deixado o meu posto; eu tinha dezesseis anos de informações sobre Dumbledore para dar a ele quando ele retornasse, um presente de boas vindas um pouco mais útil do que imensas lembranças de como horrível Azkaban é...

- Mas você ficou...

- Sim Bellatrix, eu fiquei.- Disse Snape, demonstrando um pouco de impaciência pela primeira vez. - Eu tinha um trabalho confortável. Eles estavam na cola dos Comensais da Morte, você sabe. A proteção de Dumbledore me manteve fora da cadeia, foi muito conveniente e eu usei isso. Eu repito: o Lord Negro não achou ruim de eu ter ficado, então eu não vejo porque você acha. Eu acho que a próxima coisa que você queria saber...- Ele continuou, um pouco mais alto, para que Bellatrix não demonstrasse sinais de o interromper. -... Porque eu fiquei entre o Lord Negro e a Pedra Filosofal. Isso é facilmente respondido. Ele não sabia se podia confiar em mim. Ele pensou, como você, que eu tinha passado de um grande Comensal da Morte a servente de Dumbledore. Ele estava num estado lastimável, muito fraco, usando o corpo de um bruxo medíocre. Ele não se atreveria a se mostrar para seus aliados se esses aliados pudessem trocá-lo por Dumbledore ou pelo Ministério. Eu sinto muito que ele não confiasse em mim. Ele teria retornado ao poder três anos mais cedo. E como foi, eu só vi um voraz e indigno Quirell tentando roubar a Pedra e, eu admito, eu fiz tudo que eu pude para impedi-lo.

A boca de Bellatrix tremeu como se ela tivesse tomado uma indesejada dose de medicamentos.

- Mas você não voltou quando ele retornou, você não voou de volta a ele quando você sentiu a Marca Negra queimando.

- Correto. Eu retornei duas horas depois. Eu voltei sob as ordens de Dumbledore.

- Sob as ordens de Dumbledore?- Ela começou, em tons de ultraje.

- Pense!- Disse Snape, impaciente novamente. - Pense! Ao esperar duas horas, eu garanti que eu iria ficar em Hogwarts como um espião! Ao fazer Dumbledore acreditar que eu só estava voltando para o lado do Lord Negro porque ele me ordenou, eu fui capaz de passar informações sobre Dumbledore e a Ordem da Fênix desde sempre! Considere, Bellatrix: a Marca Negra vinha queimando há meses, eu sabia que ele iria retornar, todos os Comensais sabiam! Eu tinha muito tempo para pensar no que eu queria fazer, então planejar meu próximo passo, e então fugir como Karakaroff, não tive? O desgosto do Lord Nego ao meu atraso desapareceu completamente, eu lhe asseguro, quando eu lhe explique que eu continuava fiel, mesmo Dumbledore pensando que eu era o seu homem. Sim, o Lord Negro achou que eu o tinha deixado para sempre, mas ele estava enganado.

- Mas você foi de que uso?- Zombou Bellatrix. - Que informações úteis nós recebemos de você?

- Minhas informações tem sido entregue diretamente ao Lord.- Disse Snape. - Se ele decide não dividir com você...

- Ele divide tudo comigo!- Disse Bellatrix, pegando fogo de uma vez. - Ele me chama de sua mais leal, sua mais fiel...

- Ele chama?- Disse Snape, sua voz mudada delicadamente para mostrar sua desconfiança. - Ele ainda chama depois do fiasco no Ministério?

- Aquilo não foi minha culpa!- Disse Bellatrix, ficando vermelha. - O Lord Negro confiou em mim, no passado, seu mais precioso... Se Lucius não tivesse...

- Você não ouse, não ouse culpar meu marido!- Disse Narcisa, em uma voz baixa e apática, olhando para sua irmã.

- Não há porque culpar ninguém.- Disse Snape com calma. - O que está feito está feito.

- Mas não por você!- Disse Bellatrix furiosa. - Não, mais uma vez você estava ausente enquanto o resto de nós corria perigo, não estava, Snape?

- Minhas ordens foram para ficar atrás.- Disse Snape. - Talvez você discorde com o Lord Negro, talvez você ache que Dumbledore não teria notado se eu tivesse me unido aos Comensais da Morte para lutar contra a Ordem da Fênix? E, perdoe-me, você fala de perigo... Vocês estavam enfrentando seis adolescentes, não estavam?

- Eles estavam juntos, como você bem sabe, com metade da Ordem pra começar!- Rosnou Bellatrix. - E,enquanto você está falando da Ordem, você ainda diz que não pode revelar o paradeiro do quartel-general deles, não é?

- Eu não sou o Guardador do Segredo, eu não posso falar o nome do lugar. Você entende como o encantamento funciona, eu acho? O Lord Negro está satisfeito com as informações que eu passei para ele sobre a Ordem. Elas permitiram, como talvez você tenha adivinhado, a recente captura e assassinato de Emmeline Vance, e certamente ajudou a se livrar de Sirius Black, apesar de eu te dar todos os créditos por acabar com ele.

Ele inclinou sua cabeça e a encarou. Sua expressão não se amenizou.

- Você está fugindo da minha última pergunta, Snape. Harry Potter. Você podia tê-lo matado a qualquer momento nos últimos cinco anos. Você não o fez. Por quê?

- Você discutiu esse ponto com o Lord negro?- Perguntou Snape.

- Ele... Ultimamente, nós... Eu estou perguntando a você, Snape!

- Se eu tivesse assassinado Harry Potter, o Lord Negro não poderia ter usado o seu sangue para regenerar, fazendo-o invencível.

- Então você previu esse uso do garoto!- Ela zombou.

- Eu não previ; eu não tinha idéia de seus planos; eu já havia confessado que eu pensei que ele estava morto. Eu estou simplesmente tentando explicar porque o Lord Negro não está triste que Harry Potter tenha sobrevivido, pelo menos até um ano atrás...

- Mas porque você o manteve vivo?

- Você não me entendeu? Era somente a proteção de Dumbledore que estava me mantendo fora de Azkaban! Você discorda que assassinar o seu aluno predileto podia o ter colocado contra mim? Mas havia mais a fazer do que isso. Eu devo lembrá-la que quando Potter chegou a Hogwarts pela primeira vez, ainda haviam muitas histórias circulando sobre ele, rumores de que ele por ele mesmo era um bruxo do mal, que era o porquê dele ter sobrevivido ao ataque do Lord Negro. De fato, muitos dos antigo seguidores do Lord negro pensaram que Potter fosse um padrão no qual poderíamos nos apoiar mais uma vez. Eu estava curioso, eu admito, eu não iria matá-lo no momento em que o vi colocar os pés no castelo. É claro, se tornou aparente para mim bem rapidamente que ele não tinha nenhum talento extraordinário. Ele se safou de grandes perigos por uma simples combinação de muita sorte e amigos talentosos. Ele é um medíocre do ultimo nível, tão odioso e desprezível quanto seu pai era. Eu fiz o meu máximo para jogá-lo para fora de Hogwarts, onde eu acredito que ele raramente ficará, mas matá-lo, ou permitir que ele fosse morto na minha frente? Eu teria sido um tolo de arriscar, com Dumbledore tão próximo.

- E nós devemos acreditar que Dumbledore nunca suspeitou de você?- Bellatrix perguntou. - Ele não tem idéia da sua verdadeira obediência, ele confia cegamente em você?

- Eu atuei bem.- Disse Snape. - E você negligencia a maior fraqueza de Dumbledore: ele sempre acredita no melhor das pessoas. Eu senti nele um toque de profundo remorso quando eu me juntei ao seu grupo, fresco dos dias de Comensal da Morte, e ele me recebeu de braços abertos, embora, como eu disse, me mantendo ao máximo afastado das Artes do Mal. Dumbledore tem sido um grande mago. Oh sim, ele tem (Bellatrix havia feito um barulho sarcástico), o Lord Negro reconhece isso. Eu tenho prazer em dizer, contanto, que Dumbledore está ficando velho. O duelo com o Lord Negro no ultimo mês mostrou isso. Ele tem ficado em grande prejuízo porque suas reações são mais lentas do que eram antes. Mas por todos esses anos, ele não deixou de acreditar em Severus Snape, e é nisso que está o meu grande valor para o Lorde Negro.

Bellatrix ainda parecia infeliz, embora ela aparecesse insegura de como atacar Snape agora. Tirando vantagem do seu silêncio, Snape se voltou para sua irmã.

- Agora... Você veio me pedir ajuda, Narcisa?

Narcisa olhou para ele, seu rosto demonstrando seu desespero.

- Sim, Severus. Eu. Eu acho que você é o único que pode me ajudar, eu não tenho mais para onde ir. Lucius está preso e...- Ela fechou seus olhos e duas grossas lágrimas desceram de suas pálpebras. - O Lord Negro me proibiu de falar disso.- Narcisa continuou, seus olhos ainda fechados. - Ele não quer que ninguém saiba do plano. Ele é... Muito secreto. Mas...

- Se ele proibiu, você não deve dizer.- Disse Snape de uma vez. - A palavra do Lord Negro é lei.

Narcisa ofegou como se ele lhe tivesse atirado água gelada.

Bellatrix parecia satisfeita pela primeira vez desde que ela tinha entrado na casa. - Isso!- Ela disse triunfante para sua irmã. - Até Snape concorda: te disseram para não falar, então não fale!

Mas Snape havia se levantado e ido até a pequena janela, olhou pelas cortinas para a rua deserta, então as fechou com um empurrão. Ele se virou para Narcisa, franzindo as sobrancelhas. - O que acontece é que eu já sei do plano.- Ele disse em voz baixa. - Eu sou um dos quais o Lord Negro contou. Entretanto, se eu não estivesse sabendo, Narcisa, você seria culpada de traição ao Lord Negro.

- Eu achei que você sabia!- Disse Narcisa, respirando mais livremente. - Ele confia tanto em você, Severus...

- Você sabe do plano?- Disse Bellatrix, sua rápida expressão de satisfação substituída por um ar de ultraje. - Você sabe?

- Certamente.- Disse Snape. - Mas de que ajuda você precisa, Narcisa? Se você imagina que eu posso persuadir o Lord Negro a mudar de opinião, eu receio que não haja esperança. Nenhuma mesmo.

- Severus.- Ela sussurrou, lágrimas descendo por seu rosto. - Meu filho... Meu único filho...

- Draco deveria estar orgulhoso.- Disse Bellatrix, indiferente.

- O Lord Negro está dando a ele uma grande honra. E eu digo isto por ele: ele não se retraindo do seu dever, ele parece feliz de ter a chance se mostrar capaz, exceto na idéia de...

Narcisa começou a chorar energeticamente, olhando suplicante para Snape.

- Isso é porque ele só tem dezesseis anos e não tem idéia do que o espera! Porque, Severus? Porque o meu filho? É muito perigoso! Isso é vingança pelo erro de Lucius. Eu sei disso!

Snape não disse nada. Ele desviava o olhar das lágrimas como se elas fossem indecentes, mas não podia fingir que não a ouvia. - É por isso que ele escolheu o Draco, não é?- Ela persistiu. - Para punir o Lucius?

- Se o Draco tiver sucesso...- Disse Snape, ainda desviando o olhar dela, - ele será honrado acima de todos os outros.

- Mas ele não vai conseguir!- Soluçou Narcisa. - Como ele poderia, quando o próprio Lord Negro...

Bellatrix ofegou; Narcisa pareceu perder a energia.

- Eu só quis dizer que... Que ninguém conseguiu ainda... Severus... Por favor... Você é, e sempre foi, o professor favorito do Draco... Você é um velho amigo do Lucius... Eu te imploro... Você é o favorito do Lord, seu aconselhador mais confiável... Você falará com ele, o convencerá?

- O Lord Negro não será convencido, e eu não sou burro o suficiente para tentar.- Disse Snape, vagamente. - Eu não poso fingir que o Lord Negro não está zangado com Lucius. Lucius deveria estar comandando. Ele se deixou ser capturado, junto com muitos outros, e falhou em recuperar a profecia. Sim, o Lord Negro está com raiva, Narcisa, realmente com muita raiva.

- Então eu estou certa, ele escolheu o Draco por vingança!- Ofegou Narcisa. - Ele não quer que ele consiga, ele quer que ele morra tentando!

Quando Snape não disse nada, Narcisa pareceu perder o pouco de autocontrole que ainda tinha. De pé, ela cambaleou até Snape e agarrou a frente de suas vestes. Seu rosto perto do dele, suas lágrimas caindo no seu peito, ela suspirou.

- Você poderia. Você poderia fazer no lugar do Draco, Severus. Você iria conseguir, é lógico que iria, e ele iria te recompensar por todos nós.

Snape segurou o seu pulso e retirou suas mãos apertadas. Olhando fundo em seu rosto cheio de lágrimas, ele disse vagarosamente. - Ele quer que eu tente no final, eu acho. Mas ele está determinado que Draco tente antes. Veja você, se Draco conseguir, eu vou ser capaz de ficar em Hogwarts por mais algum tempo, completando meu útil trabalho como espião.

- Em outras palavras, você não se importa se Draco vai ser morto!

- O Lorde Negro está muito furioso.- Repetiu Snape lentamente. - Ele falhou ao ouvir a profecia. Você sabe tão bem quanto eu, Narcisa, que ele não esquece tão facilmente.

Ela se dobrou, caindo a seus pés, chorando e gemendo no chão. - Meu único filho… Meu único filho...

- Você deveria estar orgulhosa!- Disse Bellatrix cruelmente. - Se eu tivesse filhos, eu estaria feliz em vê-los a serviço do Lord Negro!

Narcisa deu um pequeno grito de desespero e agarrou seus longos cabelos loiros. Snape parou, segurando seus braços, a levantou e a colocou de volta no sofá. Ele então a deu mais vinho e forçou o copo nas suas mãos.

- Narcisa, chega. Beba isso. Me ouça.

Ela se acalmou um pouco; derramando vinho nela mesma, ela tomou um gole tremido.

- Pode ser possível... Que você ajude Draco! Ela se levantou, seu rosto pálido, seus olhos enormes. - Severus... Oh, Severus. Você o ajudaria? Você tomaria conta dele, mantê-lo longe do perigo?

- Eu posso tentar.

Ela se jogou para longe do copo; passou pela mesinha até cair em uma confortável posição aos pés de Snape, pegou suas mão com as suas duas e apertou seus lápis nelas.

- Se você estiver lá para protegê-lo... Severus, você juraria? Você faria o Juramento Inquebrável?

- O Juramento Inquebrável?- A expressão de Snape era vaga, ilegível; Bellatrix, entretanto, deu uma risada triunfante.

- Você não está ouvindo, Narcisa? Oh, ele irá tentar, eu tenho certeza... As mesmas palavras vazias, a mesma deslizada fora do ar... Oh, sob as ordens do Lord Negro, com certeza!

Snape não olhou para Bellatrix. Seus olhos negros estavam fixados nos olhos azuis cheios de lágrimas de Narcisa, e ela continuava a segurar sua mão.

- Certamente, Narcisa, eu farei o Juramento Inquebrável.- Ele disse vagarosamente. - Talvez, sua irmã queira ser o nosso Elo de Ligação.

A boca de Bellatrix estava escancarada. Snape se abaixou para que ele estivesse ajoelhado ao contrário de Narcisa. Sob o olhar fixo atônito de Bellatrix, eles deram as mãos.

- Você vai precisar da sua varinha, Bellatrix.- Disse Snape friamente.

Ela a pegou, ainda parecendo atônita.

- E você vai precisar chegar um pouco mais perto.- Ele disse.

Ela deu alguns passados para que ficasse próxima a eles, e colocou a ponta de sua varinha nas suas mãos dadas. Narcisa falou.

- Irá você, Severus, cuidar do meu filho Draco ao satisfazer os pedidos do Lord Negro?

- Eu irei.- Disse Snape.

Uma fina labareda saiu da varinha e serpenteou-se envolta das mãos como um vinho vermelho-fogo.

- E irá você, com o melhor de suas habilidades, protegê-lo do perigo?

- Eu irei.- Disse Snape.

Uma segunda labareda de fogo saiu da varinha e se ligou à primeira, formando uma bela cadeira de lampejos.

- E, devo prová-lo necessário... Se você sentir que Draco irá falhar...- Sussurrou Narcisa (a mão de Snape repeliu-se da dela, mas elas não se separaram) -... Irá você carregar o fardo que o Lord Negro ordenou a Draco cumprir?

Houve um momento de silêncio. Bellatrix assistiu, sua varinha sob suas mãos unidas, seus olhos bem abertos.

- Eu irei.- Disse Snape.

O rosto pasmo de Bellatrix ficou vermelho com a chama de uma terceira labareda, que saiu da varinha, se misturou com as outras e ricocheteou envolta de suas mãos unidas, como uma corda, como uma cobra cor de fogo.

 

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===== CAPÍTULO 3 =====


Дата добавления: 2015-10-29; просмотров: 114 | Нарушение авторских прав


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