Студопедия
Случайная страница | ТОМ-1 | ТОМ-2 | ТОМ-3
АвтомобилиАстрономияБиологияГеографияДом и садДругие языкиДругоеИнформатика
ИсторияКультураЛитератураЛогикаМатематикаМедицинаМеталлургияМеханика
ОбразованиеОхрана трудаПедагогикаПолитикаПравоПсихологияРелигияРиторика
СоциологияСпортСтроительствоТехнологияТуризмФизикаФилософияФинансы
ХимияЧерчениеЭкологияЭкономикаЭлектроника

O centauro e o dedo-duro

 

- Eu aposto que você não queria ter desistido de Adivinhação agora, não é, Hermione? - perguntou Parvati, sorrindo.

 

Era a hora do café da manhã, dois dias depois da despedida da professora Trelawney, Parvati estava ondulando sua pestana do olho em volta de sua varinha e examinando os efeitos na parte de trás de sua colher. Eles teriam a primeira aula com Firenze naquela manhã.

 

- Na verdade não - disse Hermione indiferente, lendo o Profeta Diário. - Eu nunca gostei de cavalos.

 

Ela virou uma página e examinou as colunas.

 

- Ele não é um cavalo, ele é um centauro! - disse Lilá, parecendo chocada.

 

- Um esplêndido centauro... - completou Parvati.

 

- De qualquer forma, ele ainda tem quatro patas - disse Hermione normalmente. - Além do mais, eu achava que vocês duas estavam chateadas agora que a Trelawney saiu?

 

- Nós estamos! - Lilá assegurou a ela. - Nós fomos ao seu escritório para vê-la; levamos umas plantas ornamentais para ela, não as horríveis que a Sprout nos deu, umas lindas.

 

- Como ela está? - perguntou Harry.

 

- Não muito bem, pobre coitada - disse Lilá pateticamente. - Ela estava chorando e dizendo que preferia sair do castelo para sempre a ficar onde Umbridge está e eu não a culpo por isso, Umbridge foi horrível com ela, não foi?

 

- Eu tenho um pressentimento que Umbridge apenas começou a ser horrível - disse Hermione obscuramente.

 

- Impossível - disse Rony, que estava se espichando para um largo prato de ovos e bacon. - Ela não pode ficar pior do que ela já tem sido.

 

- Você marque minhas palavras, ela vai querer vingança em Dumbledore por apontar um novo professor sem consultá-la - disse Hermione, fechando o jornal. - Especialmente um outro meio-humano. Você viu o olhar em seu rosto quando ela viu Firenze.

 

Depois do café da manhã Hermione partiu para sua aula de Aritmancia enquanto Harry e Rony seguiram Parvati e Lilá para o Saguão de Entrada, indo para Adivinhação.

 

- Não subiremos à Torre Norte? - perguntou Rony, parecendo confuso enquanto Parvati passou pela escadaria de mármore.

 

Ela o olhou desdenhosa sobre seu ombro.

 

- Como você espera que Firenze suba as escadas? Nós estamos na sala onze agora, estava no quadro de avisos ontem.

 

A sala onze era no pátio pelo corredor que dava no Saguão de Entrada e era no lado oposto do Salão Principal. Harry sabia que essa era uma daquelas salas que ninguém usava regularmente e portanto achava que seria uma armário ou um armazém. Quando entrou logo depois de Rony e se encontrou no meio de uma clareira de uma floresta ficou momentaneamente estonteado.

 

- Mas que...?

 

O piso da sala de aula ficou como musgo de primavera e árvores cresciam por dela; seus ramos de plantas estavam espalhados pelo teto e janelas, o que fazia que a sala ficasse cheia de macios, raios inclinados de luz verde. Os estudantes que já tinham chegado estavam se sentando no chão de terra com suas costas repousando contra troncos ou galhos de árvores, braços agarrados às pernas ou abraçado firmemente ao peito, todos parecendo bastante nervosos. No meio da claridade, onde não havia árvores, estava Firenze.

 

- Harry Potter - ele disse, estendendo uma mão quando Harry entrou.

 

- Er, oi - disse Harry, apertando a mão do centauro, que o observou sem piscar seus esplêndidos olhos azuis mas não sorriu. - Er... É bom ver você,

 

- E você - disse, inclinando sua cabeça branca aloirada. - Foi previsto que nos encontraríamos de novo.

 

Harry percebeu uma sombra de contusão no formato de casco no peito de Firenze. Quando virou para se juntar ao resto da classe no chão viu que eles o olhavam com admiração, aparentemente profundamente impressionados por falar como se conhecesse Firenze, quem achavam intimidador.

 

Quando a porta se fechou e o último aluno se sentou num galho de árvore ao lado da lixeira, Firenze gesticulou pela sala.

 

- Professor Dumbledore nos arranjou gentilmente essa sala de aula - disse Firenze quando todos se acalmaram -, em imitação ao meu habitat natural. Eu teria preferido ensiná-los na Floresta Proibida, a qual, até segunda-feira, era minha casa... Mas agora não é mais possível.

 

- Por favor, er, senhor... - disse Parvati sem ar, levantando sua mão. - Por que não? Nós já estivemos lá com Hagrid, nós não temos medo!

 

- Não é uma questão de sua bravura mas de minha posição, eu não posso voltar para a Floresta. Meu bando me expulsou.

 

- Bando? - disse Lilá numa voz confusa,e Harry sabia que ela estava pensando em vacas. - O que... Oh! - uma linha de compreensão se desenhou em seu rosto. - Há mais de você? - disse, estonteada.

 

- Hagrid o alimentou, como os Testrálias? - perguntou Dino impetuosamente.

 

Firenze virou sua cabeça lentamente para encarar Dino, que parecia ter percebido que disse algo muito ofensivo.

 

- Eu não quis, digo, desculpa - terminou numa voz envergonhada.

 

- Centauros não são servos ou brinquedos dos humanos - disse Firenze silenciosamente. Houve uma pausa e então Parvati levantou sua mão de novo.

 

- Por favor, senhor... Por que os outros centauros lhe expulsaram?

 

- Porque concordei em trabalhar para o professor Dumbledore. Eles vêem isso como uma traição à nossa raça.

 

Harry lembrou como, quase quatro anos antes, o centauro Agouro tinha gritado com Firenze por ter deixado Harry cavalgar livre em suas costas; ele tinha o chamado de "mula". Imaginou se tivesse sido Agouro que tinha chutado Firenze no peito.

 

- Vamos começar - disse Firenze. Ele balançou sua cauda, levantou sua mão para um tolde de plantas a frente e então o abaixou vagarosamente, assim que o fez a luz na sala enfraqueceu e então pareceu que estavam sentados numa clareira de uma floresta ao crepúsculo, estrelas apareceram no teto. Houve "ooh"s e gritos sufocados, Rony disse um sonoro "Caramba!".

 

- Deitem-se no chão - disse com sua calma voz - e observem os céus. Aqui está escrito, para aqueles que conseguem ver, o futuro de nossas raças.

 

Harry deitou de costas e contemplou o teto acima. Uma estrela vermelha cintilou sobre sua cabeça.

 

- Eu sei que vocês sabem os nomes dos planetas e suas luas em Astronomia - disse a calma voz de Firenze - e que vocês já mapearam as estrelas, progrediremos para os céus. Centauros têm revelado os mistérios desses movimentos por séculos. Nossas descobertas nos ensinam que o futuro pode estar escrito no céu acima de nós...

 

- A professora Trelawney fez astrologia conosco! - disse Parvati excitadamente, levantando sua mão para frente dela e então parou no ar porque estava deitada de costas. - Marte causa acidentes e queima e coisas do tipo e quando faz um ângulo com Saturno como agora - ela desenhou um ângulo direito no ar sob si - isso significa que as pessoas precisam de cuidado extra quando mexerem com coisas quentes...

 

- Isso - disse Firenze, calmo - é falta de sentido humano.

 

A mão de Parvati caiu vagarosa ao seu lado.

 

- Machucados Triviais, pequenos acidentes humanos - disse Firenze enquanto suas patas se chocavam sobre o chão de musgos. - Não tem mais significados do que corridas de formigas no imenso universo e não são afetados pelos movimentos planetários.

 

- A professora Trelawney.. - começou Parvati, numa machucada e indignada voz.

 

- É uma humana - disse Firenze simplesmente. - E é antes de mais nada cegada e algemada às limitações de sua raça.

 

Harry virou sua cabeça bem suavemente para olhar para Parvati. Ela parecia muito ofendida, assim como várias pessoas que a cercavam.

 

- Sibila Trelawney pode ter a Visão, eu não sei - continuou Firenze, e Harry ouviu o balançar de sua cauda enquanto andava para cima e para baixo por eles - mas ela gasta o seu tempo, a maior parte, em sua própria lisonja sem sentido fazendo uma humana camada de adivinhação da sorte. Eu, no entanto, estou aqui para explicar a sabedoria dos centauros, que é impessoal e imparcial. Nós observamos os céus para as grandes ondas maléficas ou mudanças que às vezes ficam marcadas lá. Pode demorar dez anos para se ter certeza do que nós estamos vendo.

 

Firenze apontou para a estrela vermelha diretamente acima de Harry.

 

- Na década passada as indicações eram que os bruxos estavam vivendo nada mais que um calmo período entre duas guerras. Marte, que traz as guerras, brilha forte em cima de nós, sugerindo que a luta deve começar de novo logo. Quão logo os centauros podem tentar adivinhar pela queima de certas ervas e folhas, pela observação da fumaça e das chamas...

 

Foi a aula mais incomum que Harry já havia tido. Eles realmente queimaram salvas e malvas doces lá no chão da sala de aula e Firenze os disse para olhar para certas formas e símbolos na fumaça pungente mas parecia perfeitamente apático de que nenhum deles conseguia ver alguns dos sinais que descreveu, dizendo que humanos dificilmente seriam bons nisso, aquilo levou anos e anos para os centauros se tornarem competentes, terminou a aula os dizendo que era tolice botar muita fé nessas coisas porque mesmo os centauros às vezes os lêem errado. Ele não era nada parecido com qualquer professor humano que Harry já tivera. Sua prioridade não parecia ser ensiná-los o que sabia mas sim dar a impressão de que nada, nem mesmo o conhecimento dos centauros, era completamente comprovado.

 

- Ele não é muito definido ou qualquer coisa do tipo né? - disse Rony numa voz baixa enquanto colocavam fogo na malvadoce. - Digo, eu poderia fazer com um pouco mais de detalhes sobre essa guerra que estamos prestes a ter, você não?

 

A sineta soou logo do lado de fora da sala e todo mundo pulou; Harry tinha esquecido completamente que ainda estavam dentro do castelo e estava bem convencido que estava realmente na Floresta. A classe saiu parecendo levemente perplexa.

 

Harry e Rony estavam a ponto de segui-los quando Firenze chamou.

 

- Harry Potter, uma palavrinha, por favor.

 

Harry virou. O centauro avançou um pouco em relação a ele. Rony hesitou.

 

- Você pode ficar - Firenze disse a ele. - Mas feche a porta por favor.

 

Rony se apressou a obedecer.

 

- Harry Potter, você é amigo de Hagrid, não é? - disse o centauro.

 

- Sim.

 

- Então lhe dê um aviso para mim. Sua tentativa não está funcionando. É melhor abandoná-lo.

 

- Sua tentativa não está funcionando? - Harry repetiu, curioso.

 

- E que seria melhor abandoná-lo - disse Firenze, confirmando. - Eu avisaria Hagrid eu mesmo mas estou banido, seria estúpido de minha parte ir pra perto da Floresta por agora, Hagrid já tem problemas demais sem uma batalha de centauros.

 

- Mas... O que Hagrid esta tentando fazer? - disse Harry nervosamente.

 

Firenze contemplou Harry impassivamente.

 

- Hagrid me fez recentemente um grande serviço e já faz tempo que ele conseguiu meu respeito por mostrar tanta preocupação que mostra por todas as criaturas vivas. Eu não devo trair seu segredo. Mas deve ser levado de volta à razão. A tentativa não está funcionando. Diga a ele, Harry Potter. Bom dia para vocês.

 

*

 

A felicidade que Harry sentira logo após a entrevista The Quibbler já tinha se evaporado. Enquanto um vagaroso março se transformava em um tempestuoso abril sua vida parecia ter se transformado em uma longa série de preocupações e problemas de novo.

 

Umbridge continuou vigiando todas as aulas de Trato de Criaturas Mágicas, o que fez ficar muito difícil para entregar o aviso de Firenze para Hagrid. Até que Harry conseguiu fingir que perderá sua cópia de Animais Fantásticos & Onde Habitam, voltando depois da aula um dia. Quando repetiu as palavras de Firenze Hagrid o contemplou por um momento através de seus olhos negros peludos, aparentemente pego de surpresa. Então pareceu voltar si.

 

- Boa tentativa, Firenze - disse rudemente - mas ele não sabe do que está falando. A tentativa está indo bem.

 

- Hagrid, o que você está tentando fazer? - perguntou Harry, sério. - Porque você tem que ter cuidado, Umbridge já demitiu Trelawney e, se você me perguntar, ela está atrás de você. Se você fizer qualquer coisa que não deveria, você vai...

 

- Há coisas mais importantes que manter um trabalho - disse Hagrid, no entanto suas mão tremeram levemente enquanto disse isso e uma bacia cheia de excrementos de ouriços quebrou no chão. - Não se importe comigo, Harry, apenas vá indo, seja um bom rapaz.

 

Harry não teve outra alternativa a não ser o deixar catando o esterco pelo seu chão mas se sentiu profundamente desanimado enquanto voltava ao castelo.

 

Enquanto isso, assim como os professores e Hermione persistiam em lembrá-los, os N.O.M.s estavam cada vez mais perto. Todos os alunos do quinto ano estavam sofrendo de algum tipo de estresse, Ana Abbott foi a primeira a receber Calmante de Barril da Madame Pomfrey depois de cair em lágrimas durante Herbologia e gritar que era muito estúpida para os exames e que queria sair da escola naquele momento.

 

Se não fosse pelas aulas do ED Harry achou que estaria extremamente infeliz. Às vezes sentia que estava vivendo pelas horas gastas na Sala do Requerimento, trabalhando duro mas aproveitando o máximo ao mesmo tempo, inchando-se de orgulho quando olhava para seus amigos membros do ED e via como tinham chegado longe. Na verdade Harry às vezes imaginava como Umbridge reagiria quando todos os membros do ED receberiam "Impressionante" em seus N.O.M.s de Defesa Contra as Artes das Trevas.

 

Eles tinham finalmente começado o trabalho em Patronos, do qual todos estavam ansiosos para praticar, entretanto, como Harry mantinha os lembrando, produzir um Patrono no meio de uma clara sala de aula e sem estar ameaçado era bem diferente de produzir um quando confrontado por algo como um dementador.

 

- Ah, não seja tão estraga prazer - disse Cho claramente, observando sue Patrono em forma de um fio prateado atravessar a Sala do Requerimento durante a última aula antes da Páscoa. - Eles são tão lindos!

 

- Eles não deveriam ser lindos, eles devem proteger vocês - disse Harry pacientemente. - O que nós precisamos realmente é de um Bicho Papão ou algo assim; foi assim que eu aprendi, eu tinha que invocar um Patrono enquanto o Bicho Papão fingia ser um dementador...

 

- Mas isso seria muito assustador! - disse Lilá, que atirava pequenos vapores prateados do final de sua varinha. - E eu ainda... Não consigo - fazer! - adicionou raivosa.

 

Neville estava tendo problemas também. Seu rosto estava contorcido de concentração, mas apenas relances de fumaça prateada saíam da ponta de sua varinha.

 

- Você tem que pensar em algo feliz - Harry o lembrou.

 

- Eu estou tentando - disse Neville miseravelmente, que estava tentando tanto que seu rosto estava coberto de suor.

 

- Harry, eu acho que estou conseguindo! - gritou Simas, que tinha sido levado para o seu primeiro encontro do ED por Dino. - Olhe... Ah... Se foi... Mas era alguma coisa peluda, Harry!

 

O Patrono de Hermione, uma lontra prateada brilhante, estava saltitante atrás dela.

 

- Eles são muito legais não são? - ela disse, olhando-o profundamente.

 

A porta da Sala de Requerimento abriu e depois fechou. Harry olhou em volta para ver quem entrou, mas não viu ninguém lá. Alguns momentos depois percebeu que as pessoas perto da porta caíram em silêncio. Depois notou que algo puxava seu manto em algum lugar perto das pernas. Olhou para baixo e, para seu espanto, Dobby, o elfo doméstico, olhava-o por debaixo de seus usuais oito chapéus.

 

- Oi Dobby! que você está... O que foi?

 

Os olhos do elfo estavam largos com terror e ele estava tremendo. Os membros do ED mais perto de Harry caíram em silêncio; todos na sala olhavam para Dobby. Os poucos Patronos que foram invocados sumiram numa névoa prateada, deixando a sala bem mais escura que antes.

 

- Harry Potter, senhor... - sussurrou o elfo, tremendo dos pés a cabeça. - Harry Potter, senhor... Dobby veio avisá-lo... Mas os elfos domésticos foram avisado para não falarem nada...

 

Ele correu sua cabeça para a parede. Harry, que tinha alguma experiência com os hábitos de se punir de Dobby, tentou impedi-lo mas Dobby simplesmente pulou da pedra, protegido pelos oito chapéus. Hermione e algumas garotas deram gritinhos de medo e simpatia.

 

- O que houve, Dobby? - Harry perguntou, segurando o fino braço do elfo e o deixando longe de qualquer coisa com que poderia se machucar.

 

- Harry Potter... Ela... Ela...

 

Dobby acertou seu nariz com seu punho livre. Harry o segurou também.

 

- Quem é "ela", Dobby?

 

Mas achava que já sabia; com certeza apenas uma "ela" poderia pôr tanto medo em Dobby? O elfo olhou para ele com olhos levemente cruzados e a boca sem palavras.

 

- Umbridge? - perguntou Harry, horrorizado.

 

Dobby confirmou e então tentou jogar sua cabeça nas pernas de Harry. Ele o segurou na altura do braço.

 

- O que tem ela? Dobby, ela não soube disso, sobre nós, sobre o ED?

 

Ele leu a resposta no rosto ferido do elfo. Com suas mãos seguradas rapidamente por Harry, o elfo tentou se chutar e caiu no chão.

 

- Ela está vindo? - Harry perguntou silenciosamente.

 

Dobby deixou escapar um uivo e deixou bater seus pés duramente no chão.

 

- Sim, Harry Potter, sim!

 

Harry se levantou e olhou para a as pessoas sem movimento e aterrorizadas que contemplavam o elfo.

 

- O QUE VOCÊS ESTÃO ESPERANDO? - Harry berrou. - CORRAM!

 

Todos correram para a saída de uma vez só, formando um emaranhado na porta, e então pessoas escapuliram por ela. Harry os podia ouvir correndo pelos corredores e esperou que tivessem o bom senso de não irem direto aos dormitórios. Era só dez pras nove; se fossem se refugiar na biblioteca ou no Corujal, que eram ambos mais perto...

 

- Harry, vamos! - berrou Hermione do centro da confusão de pessoas que lutavam para sair.

 

Ele observou Dobby, que tentava fazer sérios ferimentos em si mesmo, e correu com o elfo em seus braços para se juntar atrás da fila.

 

- Dobby, isso é uma ordem, volte para a cozinha com os outros elfos e se ela perguntar se você me avisou minta e diga não! - disse Harry. - E eu o proíbo de se ferir! - adicionou, largando o elfo enquanto passava pela abertura por último e fechava a porta atrás de si.

 

- Obrigado Harry Potter! - disse Dobby e ele se foi.

 

Harry olhou para a esquerda e para a direita, os outros se moviam tão rapidamente que só vira relances de calcanhares voando por ambos finais do corredor antes de sumir; começou a correr para a direita; havia um banheiro masculino bem acima, podia fingir que estava lá o tempo todo se ele pudesse alcança-lo...

 

- AAARGH!

 

Algo o atingiu por entre as canelas e ele caiu espetacularmente, escorregando de onde estava para seis pés depois onde parou. Alguém atrás dele estava rindo. Virou suas costas e viu Malfoy escondido atrás de um vaso feio em forma de dragão.

 

- Tropeção azarado, Potter! - ele disse. - Hey, professora, PROFESSORA! Eu peguei um!

 

Umbridge veio bufando pelo final do corredor, sem ar mas com um sorriso de satisfação.

 

- É ele! - ela disse jubilante ao ver Harry no chão. - Excelente, Draco, excelente, oh, muito bom, cinqüenta pontos para Sonserina! Eu cuido dele daqui... Levante, Potter!

 

Harry ficou de pé, encarando os dois. Nunca tinha visto Umbridge parecendo tão feliz. Ela segurou seu braço num agarrão maldoso e virou, numa clara felicidade, para Malfoy.

 

- Você pode ir na frente e veja se acha mais deles, Draco - disse. - Diga aos outros para olhar na biblioteca, qualquer um sem ar, olhe nos banheiros, senhorita Parkinson pode olhar o das garotas, pode ir, e você - acrescentou em sua mais doce e perigosa voz enquanto Malfoy ia embora - você pode ir comigo para o escritório do diretor, Potter.

 

Estavam na gárgula de pedra em minutos Harry imaginou quanto dos outros foram pegos. Pensou em Rony - a Sra. Weasley o mataria - e como Hermione se sentiria sendo expulsa antes dos N.O.M.s. E era o primeiro encontro de Simas... E Neville estava ficando tão bom...

 

- Delícias Gasosas - cantou Umbridge; a gárgula de pedra pulou de lado, a parede começou a se abrir e subiram pelo escadaria de pedra que se movia. Ele alcançaram a porta polida com o grifo como batedor mas Umbridge não se importou em bater, foi direto para dentro, ainda segurando Harry firme.

 

O escritório estava cheia de gente. Dumbledore estava sentado atrás de sua mesa com uma expressão serena, as pontas de seus longos dedos juntas. A professora McGonagall estava parada rigidamente ao lado dele, o rosto extremamente tenso. Cornélio Fudge, Ministro da Magia, mexia para frente e para trás seu dedão do pé ao lado do fogo, aparentemente imensamente agradado pela situação; Kingsley Shacklebolt e um bruxo de aparência grosseira com um cabelo bem curto igual a um arame - Harry não reconheceu - estavam posicionados em ambos os lados da porta como guardas e as sardas que vinham de Percy Weasley parado excitadamente ao lado da parede, com uma pena para escrever e um pesado pergaminho em suas mãos, aparentemente destinado a escrever.

 

Os retratos dos antigos diretores e diretoras não fingiam que dormiam essa noite. Todo estavam alertas e sérios, assistindo o que acontecia abaixo deles. Enquanto Harry entrava uns poucos passaram para quadro vizinho e cochicharam urgentemente nos ouvidos dos outros.

 

Harry se livrou do agarrão de Umbridge enquanto ela fechava a porta atrás deles. Cornélio Fudge o encarava com um tipo viciante de satisfação em seu rosto.

 

- Bem - ele disse. - Bem, bem, bem...

 

Harry respondeu com o pior olhar que podia fazer ao Ministro. Seu coração batucava loucamente dentro de si mas seu cérebro estava estranhamente calmo e limpo.

 

- Ele estava voltando para a Torre de Grifinória - disse Umbridge. Houve uma indecente satisfação em sua voz, a mesma calorosa satisfação que Harry tinha ouvido enquanto ela assistia a professora Trelawney se dissolver em miséria no Saguão de Entrada. - O garoto Malfoy o encontrou.

 

- Ele fez, é? - disse Fudge apreciadamente. - Eu devo lembrar de falar para Lúcio. Bem, Potter... eu acho que você sabe o porquê de você estar aqui?

 

Harry tinha a intenção de responder com um desafiador "sim": sua boca tremia e a palavra foi formada pela metade quando pegou o olhar do rosto de Dumbledore. O diretor não o olhava diretamente - seus olhos estavam fixos num ponto acima de seu ombro - mas assim que Harry o olhou sacudiu a cabeça por uma fração de polegadas de uma lado para o outro.

 

Harry mudou a direção da meia palavra.

 

- Si... Não.

 

- Perdão? - disse Fudge.

 

- Não - disse Harry, firme.

 

- Você não sabe por que você está aqui?

 

- Não, eu não sei.

 

Fudge olhou incrédulo de Harry para a professora Umbridge. Harry tirou vantagem de momentânea desatenção e roubou outro rápido olhar de Dumbledore, que deu ao tapete a menor das confirmações e a sombra de uma piscadela.

 

- Então você não tem idéia - disse Fudge numa voz positivamente carregada de sarcasmo - do porquê de a professora Umbridge lhe trouxe para esse escritório? Você não foi avisado que quebrou um das regras da escola?

 

- Regras da escola? Não.

 

- Ou Decretos do Ministério? - aumentou Fudge, nervoso.

 

- Não que eu saiba - disse Harry brando.

 

Seu coração ainda martelava muito rápido. Quase valeu a pena contar essas mentiras para ver a pressão sanguínea de Fudge subir mas ele não tinha nem idéia de como podia fugir deles; se alguém deu uma dica sobre o ED então ele, o líder, deveria estar arrumando seu baú nesse instante.

 

- Então, é novidade para você, que - disse Fudge, sua voz agora grossa de raiva - uma organização ilegal de estudantes foi descoberta nessa escola?

 

- Sim, é - disse Harry, fazendo um olhar não convincente de inocente surpresa em seu rosto.

 

- Eu acho, Ministro - disse Umbridge habilmente ao seu lado - que nós faríamos mais progressos se eu buscar nossa informante.

 

- Sim, sim, faremos - disse Fudge, confirmando e ele notou malicia em Dumbledore enquanto Umbridge saía da sala. - Não há nada como uma boa testemunha não é, Dumbledore?

 

- Nada mesmo, Cornélio - disse Dumbledore grave, inclinando sua cabeça.

 

Houve uma espera de alguns minutos em que ninguém se olhou e então Harry ouviu a porta abrir atrás de si. Umbridge passou por ele pela sala, segurando pelo ombro a amiga de cabelos curtos de Cho, Marietta, que escondia seu rosto com as mãos.

 

- Não tenha medo, querida, não se assuste - disse a professora Umbridge suavemente, apalpando-a nas costas. - Está tudo bem agora. Você fez a coisa certa. O Ministro está muito feliz com você. Ele vai falar para sua mãe que boa garota você tem sido. A mãe de Marietta, Ministro - acrescentou, olhando Fudge - é a Madame Edgecombe, do Departamento de Transporte Mágico, escritório da Rede de Flu, ela tem nos ajudado a policiar as linhas de Hogwarts, sabe.

 

- Ótimo, ótimo! - disse Fudge alegre. - Tal mãe, tal filha, não é? Bem, vamos, agora, querida, olhe para gente, não seja tão tímida, vamos ouvir o que você tem para... Gárgulas galopantes!

 

Quando Marietta levantou sua cabeça Fudge pulou para trás em choque, quase caindo no fogo. Ele xingou e bateu a ponta de seu manto que começava a soltar fumaça. Marietta deu um grito e puxou o pescoço do seu manto até os olhos, mas não antes que todos vissem que seu rosto estava horrivelmente desfigurado por um monte de pústulas roxas, que se espalhavam pelo seu nariz e suas bochechas para formar a palavra 'DEDO-DURO'.

 

- Não ligue para isso agora, querida - disse Umbridge impaciente -, apenas tire o manto de sua boca e fale ao Ministro...

 

Mas Marietta deu outro grito e balançou a cabeça freneticamente.

 

- Ah, muito bem, muito bem, sua garota boba, eu digo a eles - disse Umbridge. Ela colocou seu suave sorriso de volta em seu rosto. - Bem, Ministro, senhorita Edgecombe aqui veio ao meu escritório logo após o jantar esta noite e me disse que queria me falar algo. Disse que se eu fosse a uma sala secreta no sétimo andar, algumas vezes conhecida como a Sala do Requerimento, acharia algo do meu interesse. Eu a questionei mais um pouco e ela admitiu que era um tipo de encontro. Infelizmente nessa hora que esse feitiço - apontou impacientemente para o rosto escondido de Marietta - entrou em operação e quando se olhou no meu espelho a garota ficou muito nervosa para me falar qualquer coisa a mais.

 

- Bem, agora - disse Fudge, fixando o olhar em Marietta com o que evidentemente achava que era algo paternal -, é muito bravo de você minha querida, ir falar com a professora Umbridge. Você fez exatamente a coisa certa. Agora, você nos dirá o que acontecia nesses encontros? Qual era o motivo? Quem estava lá?

 

Mas Marietta não disse nada; meramente balançou a cabeça de novo, seu olhos largos e amedrontados.

 

- Não temos uma contra-azaração para isso? - Fudge perguntou a Umbridge impaciente, gesticulando para o rosto de Marietta -, para que ela possa falar livremente?

 

- Eu ainda não consegui encontrar uma - Umbridge admitiu com rancor e Harry sentiu surgir um orgulho da habilidade de azaração de Hermione. - Mas não importa se ela não quer falar, eu pego a história daqui. Você vai se lembrar, Ministro, que eu te mandei um relatório em outubro que Potter se encontrou com um número de amigos estudantes no Hog's Head em Hogsmeade...

 

- E que evidência disso você tem? - cortou a professora McGonagall.

 

- Eu tenho o testemunho de Willy Widdershins, Minerva, que estava no bar naquele instante. Ele estava pesadamente enfaixado, é verdade, mas sua audição estava bem ímpar - disse Umbridge elegante. - Ele ouviu cada palavra que Potter disse e se apressou para a escola e me dizer...

 

- Ah, então é por isso que ele não pegou pena por aqueles banheiros regurgitantes que fez! - disse a professora McGonagall, levantando seus olhos castanhos. - Que interessante caso dentro de nosso sistema de justiça!

 

- Alardeante corrupção! - reclamou um retrato de um corpulento bruxo de nariz vermelho na parede atrás da mesa de Dumbledore. - O Ministério não fazia acordos com criminosos nos meus dias, não senhor, ele não fazia!

 

- Obrigado, Fortescue, isso serve - disse Dumbledore calmo.

 

- O propósito do encontro de Potter com esses estudantes - continuou a professora Umbridge - era os persuadir a se juntar numa sociedade ilegal, cujo objetivo era aprender feitiços e maldições que o Ministério decidiu serem inapropriadas para a idade escolar...

 

- Eu acho que você está errada aí, Dolores - disse Dumbledore quietamente, espiando-a pelos seus óculos meia lua pendurados a meio caminho de seu nariz torto.

 

Harry o olhou. Ele não podia ver como Dumbledore faria para tirá-lo dessa; se Willy Widdershins tinha realmente ouvido cada palavra dita no Hog's Head não havia como escapar.

 

- Ahá! - disse Fudge, pulando para cima e para baixo de um pé de novo. - Sim, vamos ouvir a última história para boi dormir designada para tirar o Potter de problemas! Continue, então, Dumbledore, continue... Willy Widdershins estava mentindo, não é? Ou foi o irmão gêmeo idêntico de Potter no Hog's Head aquele dia? Ou há geralmente simples explicação envolvendo a inversão do tempo, um homem morto voltando à vida e um par de dementadores invisíveis?

 

Percy Weasley caiu numa grande gargalhada.

 

- Ah, muito boa, Ministro, muito boa!

 

Harry poderia tê-lo chutado mas então viu, para seu espanto, que Dumbledore também sorria gentilmente.

 

- Cornélio, eu não nego, e tenho que certeza que Harry também não, que ele estava no Hog's Head naquele dia, nem que estava tentando recrutar estudantes para um grupo de Defesa Contra as Artes das Trevas. Estou meramente apontando que Dolores está bem errada em sugerir que esse grupo era, naquela ocasião, ilegal. Se você se lembrar, o Decreto do Ministério banindo todas sociedades estudantis só foi posto em ação dois dias depois do encontro de Harry em Hogsmeade, logo, ele não estava quebrando regra alguma no Hog's Head.

 

Percy pareceu ter sido atingido por algo muito pesado no rosto. Fudge continuou sem movimento num meio pulo, sua boca permanecendo aberta.

 

Umbridge se recuperou primeiro.

 

- Isso é tudo muito bom, diretor - ela disse, sorrindo docemente -, mas estamos a quase seis meses da introdução do Decreto Educacional Número Vinte e Quatro. Se o primeiro encontro não foi ilegal todos os outros que ocorreram desde então certamente o são.

 

- Bem - disse Dumbledore, observando-a com um educado interesse sobre seus interligados dedos -. eles certamente seriam, se tivessem continuado depois que o Decreto foi anunciado. Você tem alguma evidência que tais encontros continuaram?

 

Quando Dumbledore falou Harry ouviu um murmúrio atrás dele como se Kingsley sussurrasse algo. Ele podia jurar também que sentiu alguma coisa passar por seu lado como se fosse um assovio ou um asa de pássaro mas quando olhou para baixo ele não viu nada.

 

- Evidência? - repetiu Umbridge, com aquele horrível sorriso largo feito um cogumelo. - Você não tem ouvido, Dumbledore? Por que você acha que a senhorita Edgecombe está aqui?

 

- Oh, ela pode nos dizer sobre seis meses de encontros? - disse Dumbledore, levantando seus olhos azuis. - Eu tive a impressão de que ela meramente dizia sobre um encontro hoje à noite.

 

- Senhorita Edgecombe - disse Umbridge de uma vez -, nos diga há quanto tempo esses encontros acontecem, querida. Você pode simplesmente concordar ou balançar sua cabeça, tenho certeza que não vai fazer isso piorar. Elas aconteceram regularmente pelos últimos seis meses?

 

Harry sentiu um horrível balanço em seu estômago. Era isso, eles chegaram a um final sem saída, um pedaço de sólida evidência que nem mesmo Dumbledore poderia deixar de lado.

 

- Apenas concorde ou balance a cabeça, querida - Umbridge disse coaxialmente para Marietta -, vamos lá, isso não vai reativar a azaração.

 

Todos na sala encaravam o topo do rosto de Marietta. Apenas seus olhos eram visíveis entre seu manto puxado e sua franja curta. Talvez tinha sido um truque da luz do fogo mas seus olhos pareciam estranhamente vazios. E então - para outro espanto de Harry - Marietta sacudiu a cabeça.

 

Umbridge olhou rapidamente para Fudge e de volta para Marietta.

 

- Eu acho que você não entendeu a pergunta, entendeu querida? Estou perguntando se você esteve nesses encontros pelos últimos seis meses? Você esteve, não foi?

 

De novo, Marietta sacudiu a cabeça.

 

- O que você quer dizer sacudindo a cabeça, querida? - disse Umbridge numa voz controlada.

 

- Eu acho que seu significado foi bem claro - disse a professora McGonagall rude -, não houve encontros secretos nesses seis últimos meses. Isso não está correto Senhorita Edgecombe?

 

Marietta concordou.

 

- Mas havia um encontro hoje à noite! - disse Umbridge furiosa. - Havia um encontro, senhorita Edgecombe, você me disse, na Sala de Requerimento! E Potter era o líder, não era, Potter organizou, Potter, por que você esta sacudindo essa cabeça, garota?

 

- Bem, geralmente quando uma pessoa sacode a cabeça - disse McGonagall friamente - então ela diz "não". A não ser que a senhorita Edgecombe esteja usando uma linguagem de símbolos ainda não reconhecida por humanos...

 

A professora Umbridge mediu Marietta, puxou-a para junto de si para olhá-la e começou a sacudi-la bastante. Um segundo depois Dumbledore estava de pé, sua varinha levantada; Kingsley foi para frente e Umbridge soltou Marietta, balançando suas mãos como se estivessem queimando.

 

- Eu não posso permitir que você maltrate meus estudantes, Dolores - disse Dumbledore e, pela primeira vez, parecia nervoso.

 

- Você quer se acalmar, Madame Umbridge - disse Kingsley em sua profunda e lenta voz. - Você não quer nos colocar em problemas agora.

 

- Não - disse Umbridge sem ar, encarando a elevada figura de Kingsley. - Digo, sim, você está certo, Shacklebolt, eu, eu me esqueci.

 

Marietta estava parada exatamente onde Umbridge a tinha largado. Ela não parecia nem perturbada pelo súbito ataque de Umbridge e nem aliviada por ter sido libertada; continuava escondida em seu manto levantado com seus diferentes olhos vazios e olhando para frente dela.

 

Uma súbita suspeita, ligada ao sussurro de Kingsley e à coisa que sentiu passar por ele, surgiu na mente de Harry.

 

- Dolores - disse Fudge, com o ar de tentar resolver algo de uma vez por todas -, o encontro de hoje à noite, o que a gente sabe que definitivamente aconteceu...

 

- Sim - disse Umbridge,voltando a si. - Sim... Bem, a senhorita Edgecombe me deu uma dica e eu procedi de uma vez para o sétimo andar, acompanhada por certos estudantes de confiança, para pegar esses estudantes no encontro em flagrante. Parece que foram avisados da minha chegada, no entanto, porque quando chegamos no sétimo andar corriam em várias direções. Entretanto, isso não importa. Eu tenho o nome de todos aqui, a senhorita Parkinson correu para a Sala de Requerimento para procurar algo que tivessem deixado para trás. Nós precisávamos de evidências e a sala nos proveu...

 

E para o horror de Harry ela tirou de seu bolso a lista com os nomes que tinha sido pendurada na parede da Sala de Requerimento e a passou para Fudge.

 

- No momento em que vi o nome de Potter na lista eu sabia com o que estávamos lidando - ela disse leve.

 

- Excelente - disse Fudge, um sorriso surgindo pelo seu rosto. - Excelente, Dolores. E... Pelo trovão...

 

Ele olhou para Dumbledore, que ainda estava ao lado de Marietta, sua varinha firmemente segurada em sua mão.

 

- Vê como eles se chamam? - disse Fudge quieto. - Exército de Dumbledore.

 

Dumbledore os alcançou e pegou o pedaço de pergaminho de Fudge. Olhou o título escrito por Hermione antes e por um momento parecia incapaz de falar. Então levantou o olhar, sorrindo.

 

- Bem, o jogo acabou - disse simplesmente. - Você quer uma confissão escrita de mim, Cornélio, ou uma frase diante dessas testemunhas é o suficiente?

 

Harry viu McGonagall e Kingsley olhar um para o outro. Havia medo em ambos rostos. Não entendia o que estava acontecendo e nem, aparentemente, Fudge.

 

- Frase? - disse Fudge devagar. - O que, eu não...?

 

- Exército de Dumbledore, Cornélio - disse Dumbledore, ainda sorrindo enquanto balançava a lista de nomes perante o rosto de Fudge. - Não o Exército de Potter. Exército de Dumbledore.

 

- Mas... Mas...

 

Entendimento surgiu subitamente no rosto de Fudge. Ele deu um passo horrorizado para trás, gritou e pulo fora do fogo de novo.

 

- Você? - sussurrou, pisando de novo em seu manto.

 

- Isso mesmo - disse Dumbledore agradavelmente.

 

- Você organizou isso?

 

- Sim.

 

- Você recrutou esses estudantes para... Para seu exército?

 

- Hoje à noite seria o primeiro encontro - disse Dumbledore, confirmando. - Meramente para ver se eles estariam interessados em se juntar a mim. Vejo agora que foi um engano chamar a senhorita Edgecombe, é claro.

 

Marietta confirmou. Fudge olhou dela para Dumbledore, seu peito suando.

 

- Então você tem planejado contra mim! - gritou.

 

- É isso mesmo - disse Dumbledore animado.

 

- NÃO! - gritou Harry.

 

Kingsley lhe deu um olhar de aviso, McGonagall alargou seus olhos ameaçadoramente mas havia surgido subitamente em Harry o que Dumbledore estava para fazer e não podia deixá-lo.

 

- Não... Professor Dumbledore...!

 

- Fique quieto, Harry, ou temo que você terá que deixar meu escritório - disse Dumbledore calmamente.

 

- É, cale a boca, Potter! - retrucou Fudge, que ainda encarava Dumbledore com um tipo de prazer horrorizado. - Bem, bem, bem, eu vim aqui hoje à noite esperando expulsar Potter e no entanto...

 

- No entanto você conseguiu me prender - disse Dumbledore, sorrindo. - É como perder um nuque e achar um galeão, não é?

 

- Weasley! - chorou Fudge, agora positivamente delirando de prazer. - Weasley, você escreveu isso, tudo o que ele disse, sua confissão, você pegou tudo?

 

- Sim, senhor, acho que sim, senhor! - disse Percy ansioso, cujo nariz estava manchado de tinta por causa da velocidade com que estava escrevendo.

 

- A parte que estava tentando montar um exército contra o Ministério, como ele estava trabalhando para me desestabilizar?

 

- Sim, senhor, eu anotei tudo, sim! - disse Percy, olhando para suas notas alegremente.

 

- Muito bem, então - disse Fudge, agora radiante de regogizo - duplique suas notas, Weasley, e mande uma cópia para o Profeta Diário de uma vez por todas. Se mandarmos uma coruja rápida deverá sair na edição da manhã! - Percy correu para a sala, batendo a porta atrás de si, e Fudge se virou para Dumbledore. - Você será escoltado de volta ao Ministério, onde será formalmente julgado e mandado para Azkaban para esperar sua vez!

 

- Ah - disse Dumbledore gentilmente -, sim. Sim, eu acho que nós podemos acabar com esse pequeno empecilho.

 

- Empecilho? - disse Fudge, sua voz ainda vibrando de alegria. - Eu não vejo empecilho, Dumbledore!

 

- Bem - disse Dumbledore apologético -, temo que eu veja.

 

- Ah, é?

 

- Bem, é que parece que você criou uma ilusão que eu vou... Com é a frase? Ir silenciosamente. Temo que não irei calmamente de forma alguma, Cornélio. Eu não tenho a menor intenção de ser mandado para Azkaban. Eu poderia fugir, é claro, mas é puro desperdício de tempo e, francamente, posso pensar em um monte de coisas melhores para fazer.

 

O rosto de Umbridge estava crescendo firmemente de vermelho; parecia ter sido cheio de água fervendo. Fudge encarou Dumbledore com uma cara muito boba, como se tivesse sido atingido por uma súbita batida e não podia acreditar no que tinha acontecido. Fez um pequeno barulho por causa do choque, então olhou para Kingsley e o homem com o curto cabelo cinza que, diferente de todos na sala, havia permanecido em completo silêncio até agora. O último deu a Fudge uma confirmação o re-assegurando, e se moveu para frente um pouco, longe da parede. Harry viu sua mão ir, quase casualmente, para o seu bolso.

 

- Não seja idiota, Dawlish - disse Dumbledore educadamente. - Tenho certeza que você é um excelente Auror... Eu me lembro que você conseguiu "Impressionante" em todos os seus N.I.E.M.s... Mas se você tentar... Hum... Me levar pela força eu serei obrigado a machucá-lo.

 

O homem chamado Dawlish piscou, parecendo tolo. Olhou Fudge de novo mas agora parecendo esperar por uma pista sobre o que fazer em seguida.

 

- Então - disse Fudge, olhando para ele - você pretende passar por Dawlish, Shacklebolt, Dolores e mim, não é, Dumbledore?

 

- Pelas barbas de Merlin, não - disse Dumbledore, sorrindo -, a não ser que você seja tolo o suficiente para me forçar.

 

- Ele não estará sozinho! - disse a professora McGonagall alto, colocando suas mãos em seu manto.

 

- Ah sim, estarei Minerva! - disse Dumbledore cortante. - Hogwarts precisa de você!'

 

- Chega dessa palhaçada! - disse Fudge, puxando sua própria varinha. - Dawlish! Shacklebolt! Peguem ele!

 

Uma saraivada de luzes prateadas cortaram a sala; houve um "bag" como uma arma e o chão tremeu; uma mão segurou as golas de Harry e o forçou a se abaixar no chão quando a segunda saraivada de luzes prateadas veio; muitos quadros gritaram, Fawkes piou e uma nuvem de poeira encheu o ar. Tossindo na poeira, Harry viu uma figura escura cair no chão com uma batida em sua frente; houve um grito e um som de alguém chorando.

 

- Não!

 

Então houve o som de vidro quebrando, frenéticas batidas de passos, um suspiro... E silêncio.

 

Harry olhou em volta para ver que estava quase lhe estrangulando e viu a professora McGonagall abaixada ao seu lado; ela tinha forçado tanto Harry quanto Marietta para fora do perigo. Poeira ainda flutuava gentilmente pelo ar. Palpitando levemente, Harry viu uma figura muito alta se movendo a eles.

 

- Vocês estão bem? - Dumbledore perguntou.

 

- Sim! - disse a professora McGonagall, levantando-se e largando Harry e Marietta com ela.

 

A poeira estava sumindo. Os destroços do escritório ficaram à vista: a mesa Dumbledore estava virada, todas as mesas caídas, tinham sido arrancadas do chão, instrumentos prateados aos pedaços. Fudge, Umbridge, Kingsley e Dawlish caídos sem movimento no chão. Fawkes, a fênix, sobrevoava em largos círculos sobre eles, cantando levemente.

 

- Infelizmente eu tive que azarar Kingsley também ou teria sido muito suspeito - disse Dumbledore numa voz baixa. - Ele foi notavelmente rápido, modificando a memória da senhorita Edgecombe com todo mundo olhando para o outro lado... Agradeça a ele por mim, fará isso, Minerva?

 

Agora, eles vão acordar em breve e será melhor não saberem que nos comunicamos, você deve agir como se não passou nenhum tempo, como se eles tivesse sido meramente jogados no chão, eles não se lembrarão...

 

- Aonde você vai, Dumbledore? - sussurrou a professora McGonagall. - Grimmauld Place?

 

- Ah não - disse Dumbledore com um pequeno sorriso. - Eu não vou sair para me esconder. Fudge vai logo desejar nunca ter me tirado de Hogwarts, Eu te prometo.

 

- Professor Dumbledore... - Harry começou.

 

Ele não sabia o que dizer primeiro: como sentia culpado por iniciar o ED em primeiro lugar e causar tal confusão ou quão terrível se sentia porque Dumbledore estava indo embora para salvá-lo da expulsão. Mas Dumbledore o cortou antes que pudesse dizer alguma palavra.

 

- Me ouça, Harry - disse urgente. - Você deve estudar Oclumancia o máximo que puder, você me entendeu? Faça tudo que o professor Snape pedir e pratique particularmente todas as noites antes de ir dormir para que você feche sua mente contra maus sonhos, você entenderá em breve, mas você deve me prometer...

 

O homem chamado Dawlish estava se mexendo. Dumbledore pegou o pulso de Harry.

 

- Lembre-se, feche sua mente;

 

Mas assim que os dedos de Dumbledore se fecharam na pele de Harry uma dor surgiu pela cicatriz em sua testa e ele sentiu de novo a horrível vontade igual à de uma cobra de atacar Dumbledore, mordê-lo, feri-lo...

 

- Você vai entender - sussurrou Dumbledore.

 

Fawkes circulou pelo escritório, voando baixo sobre ele. Dumbledore soltou Harry, levantou sua mão e agarrou a longa e dourada calda da fênix. Houve uma luz de fogo e os dois sumiram...

 

- Onde está ele? - gritou Fudge, empurrando-se do chão. - Cadê ele?

 

- Eu não sei! - gritou Kingsley, também ficando de pé.

 

- Bem, ele não pode ter Desaparatado! - disse Umbridge. - Você não pode de dentro da escola...

 

- As escadas! - disse Dawlish e ele foi para a porta, deixando-a aberta e desaparecendo, seguido de perto de Kingsley e Umbridge. Fudge hesitou e então foi vagaroso com os pés, limpando poeira de sua frente. Houve um longo e doloroso silêncio.

 

- Bem, Minerva - disse Fudge sujo, ajeitando sua arrancada manga da camisa -, temo que seja o fim de seu amigo Dumbledore.

 

- Você acha? - disse a professora McGonagall.

 

Fudge pareceu não a ouvir. Olhava pelos destroços do escritório. Uns poucos quadros o vaiaram; um ou dois fizeram gestos ainda mais rudes com a mão.

 

- Melhor levar esses dois para a cama - disse Fudge, voltando a olhar para a professora McGonagall com um olhar diminuindo para Harry e Marietta.

 

A professora McGonagall não disse nada mas levou Harry e Marietta para a porta. Quando se fechou atrás deles Harry ouviu a voz Phineas Nigellus.

 

- Sabe Ministro, eu não concordo com Dumbledore em vários assuntos... Mas você não pode negar que ele tem estilo...

 


-- CAPÍTULO 28 --


Дата добавления: 2015-10-29; просмотров: 179 | Нарушение авторских прав


Читайте в этой же книге: PERCY E ALMOFADINHAS | A GRANDE INQUISIDORA DE HOGWARTS | NO HOG'S HEAD | NUMERO VINTE E QUATRO | O EXÉRCITO DE DUMBLEDORE | O LEÃO E A SERPENTE | O CONTO DE HAGRID | O OLHO DA COBRA | DOENÇAS E ACIDENTES MÁGICOS | O BESOURO ACUADO |
<== предыдущая страница | следующая страница ==>
VISTOS E IMPREVISTOS| A PIOR LEMBRANÇA DE SNAPE

mybiblioteka.su - 2015-2024 год. (0.162 сек.)